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Em entrevista para o Jornal Sete Dias a cantora e compositora Fernanda Abreu antecipa que o show deste sábado à noite no fechamento do festival Sabor de Bar, no estacionamento do UNIFEMM, terá o mesmo repertório do espetáculo que ela gravou para o CD e DVD “MTV ao Vivo”. “O clima é de festa”, garante. Ela também fala de que seu trabalho tem como fonte uma admiração especial pela música negra, em todos os gêneros. Comenta o prazer de ser conhecida como uma artista que tem a cara do Rio de Janeiro e anuncia que está compondo para um novo CD. Confira.
Seu primeiro disco solo já fez mais de 20 anos, depois da história da banda Blitz, mas quando e como foi pra você o momento de sacar uma identidade musical própria, colocando seu estilo dentro de uma mistura de ritmos?
O processo de composição do primeiro disco me mostrou isso. Eu queria imprimir um som meu. Como eu vinha da banda de pop-rock Blitz que tinha uma pegada mais roqueira, as pessoas e a mídia se surpreenderam com meu primeiro disco solo, mas pra mim era muito natural que eu criasse essa estética.
Como é seu processo de criação dentro desse universo rítmico amplo, da dance music ao samba, passando pelo funk, soul, o eletrônico; é um processo de experimentação?
Sim Afinal, se faz música, se grava discos pra isso! Adoro quando encontro um som, um timbre, um arranjo novos! Adoro estar no palco e no estúdio criando também!
Dentro dessa gama de gêneros você tem uma predileção pelo funk?
Tenho uma predileção pela música negra! No início minha maior influência era o funk americano de James Brown e Jackson 5. Depois o soul, o charme e o samba. O Funk Carioca também tem o que acrescentar nessa mistura, mas o forte é a musica negra em todos os seus gêneros.
Como são essas escolhas de músicas conhecidas da cena brasileira que você regrava e dá uma nova cara a elas, como “Jorge de Capadócia”, “É Hoje”, "Na Tonga da Mironga..."; são músicas de sua admiração e que você sente o suingue brasileiro de que fala e a possibilidade de dar um toque pessoal nesse suingue?
Isso! São músicas que me inspiram a criar algo mais autoral sem perder o suingue!
Gosta de ser identificada como uma artista que tem a cara do Rio de Janeiro?
Tenho muito orgulho da minha imagem estar associada a essa cidade tão criativa, inventiva, charmosa e cosmopolita. No início era meio chato porque as pessoas não entendiam que na verdade ser a cara do Rio não era apenas puxar o “s”, mas sim traduzir o brasileiro. Ser a cara do Rio é ser a cara do Brasil na sua expressão mais urbana, moderna e antropofágica!
Como você vê o panorama da música brasileira hoje?
A música brasileira é a mais diversa do mundo! Temos em todos os gêneros gente muita boa mostrando seu som. Hoje, a música das paradas de sucesso são o axé, pagode romântico e sertanejo. Respeito muito, mas não é a minha cara. Temos também dominando um universo do samba/mpb jovem nas vozes de muitas cantoras jovens. Temos a galera do Hip Hop, do Funk, do eletrônico onde sempre aparecem novidades como o DJ e músico Pericles do Boss’n’Drama. E correndo por fora temos muitos artistas e compositores talentosos surgindo e se firmando cada vez mais como Rodrigo Maranhão, Leo Cavalcanti, Curumin, Ceu, Fino Coletivo, Qinho, Moreno, Kassin, Plinio Profeta, Les Pops...
O que você gosta de ouvir?
Música negra. Stevie Wonder sempre! Michael Jackson, Prince, George Clinton, D’Angelo, Lauryn Hill, De La Soul , MIA, Africa Bambaata, Simonal, Tim Maia, Benjor e todos esses meninos que comentei acima!
Em que novos projetos está trabalhando?
Num CD novo. Estou compondo o material inédito.
Serviço:
Festa de encerramento do Festival Sabor de BarEstrutura foi ampliada, com mais banheiros, caixas e maior número de mesas. Um playground será disponibilizado para as crianças. Além dos quatro shows, apresentações de viola caipira e teatro. Estacionamento com 700 vagas ao custo de R$ 10
Mais informações: www.sabordebar.com.br
