quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Família que se desconecta unida permanece unida


A norte-americana Susan Maushart é boa ou má, heroína ou vilã? Essa mãe solteira que vive com seus três filhos adolescentes na Austrália resolveu adotar um método de educação bastante radical para os dias de hoje, o que obviamente acendeu um debate interessante mundo afora. Susan impôs aos filhos que todos passariam seis meses praticamente desconectados do mundo: sem televisão, computadores, celulares, videogames e ipods.

O resultado, surpreendente, virou o livro “The Winter of Our Disconnect”, traduzido no português para “O Inverno de Nossa Desconexão” (editora Paz e Terra; R$ 40). A experiência radical foi louvada por outras famílias, de psicólogos e pedagogos, mas, como se era de esperar, arrepia até o último fio de cabelo de qualquer adolescente acostumado a estar sempre conectado à internet.

Em sua defesa, a autora-carrasca-mãe-educadora relata que os filhos, antes adolescentes entediados, passaram a ter mais diálogos em casa e apresentaram melhoras no desempenho escolar. A filha mais velha, que já tinha o hábito da leitura, conseguiu se adaptar mais facilmente aos seis meses “offline”. O filho do meio trocou o videogame pelo saxofone e descobriu um talento musical adormecido. E dificuldade maior teve a filha mais nova, que não queria se separar do notebook e de suas vidas nas redes sociais.

Não que eu queira sugerir o mesmo “tratamento de choque” para os pais que estão lendo este texto (ok, eu realmente gostei da ideia da mãe norte-americana), mas vale um aviso: a conta de telefone da família Maushart disparou nos seis meses da experiência. Afinal, eles estiveram desconectados, mas não ficaram mudos.

Pablo Pacheco, jornalista (texto extraído da Revista Point - janeiro 2012)

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