sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Viciados em redes sociais?

Nossas tecnologias vem sempre com frente e verso – de um lado elas fazem o mundo melhor, mais prático, mais confortável. Do outro, há sempre o perigo do mau uso.

Na nossa sociedade de informação, o foco atual são as redes sociais. Mais do que simplesmente conectar amigos e conhecidos, elas formam uma elaborada e extensa teia de ligações. Nunca foi tão fácil estar em contato com as pessoas que importam para nós. E até com aquelas que não importam tanto assim...

E qual o problema disso? Há algum lado escuro nesse mundo de mensagens por celular e sites sociais? Infelizmente, sim. Alguns já são bem conhecidos – gente que faz, mostra, fala e posta muito mais do que devia. E que pode sofrer consequências que vão desde o fim de algumas amizades até o sofrimento mental intenso, em casos de bullying, ou de danos físicos e materiais!

Mas para completar essa lista, uma pesquisa recente americana parece relacionar o uso exagerado de mensagens e redes sociais com um risco maior de desenvolver problemas como fumar ou beber demais, se envolver em brigas, faltar mais às aulas e até mesmo um índice maior de pensamentos suicidas.

É claro que os pesquisadores não tem como afirmar se esses comportamentos são causados pelo uso excessivo de mensagens ou redes sociais. Um dos cientistas envolvidos acredita que os jovens que usam de maneira exagerada esses mecanismos de comunicação podem se sentir mais pressionados a se comportarem “como os outros querem”. Sabe aquela história da pessoa que faz qualquer coisa para ser aceita pela turma? Seria a mesma coisa, só que multiplicada pelo tamanho da rede social de cada um.

Eu fico cá pensando se não é meio a história do ovo e da galinha. Porque quem tem a tendência a ter um comportamento compulsivo só precisa achar um “meio”, não é? E pode ser bebida, drogas, sexo, ou... computadores! E é claro que, como todo vício, ele dá a falsa idéia de aproximação mas acaba é isolando mais as pessoas.

Se nem os estudiosos tem a resposta, quem sou eu... Só acho que seria bom a gente se lembrar que para se “conectar” bem com os outros, é bom a gente se conectar com a gente primeiro. Então pra não entrar em fria e perder a cabeça nas máquinas,talvez valha a pena a gente reservar um tempinho para se conectar com a gente mesmo – à toa ou curtindo nossas coisas. Conectar com você mesmo serve para você se conhecer melhor e não esquecer que você também é um de seus melhores amigos.

Nessas horas em que você quiser curtir um papinho silencioso só com você, pode apostar: a melhor rede é aquela nossa velha conhecida, invenção dos tupiniquins. E no balanço dessa rede ou escondido naquele “casulo” que a rede pode dar, vale sonhar, pensar, dormir, balançar ou simplesmente... respirar!

Texto da pedagoga Auxiliadora Mesquita,
publicado na edição de Dezembro da Revista Point

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